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quarta-feira, 29 de junho de 2011

Respeite para ser respeitado!

Meus caros:

   Semana passada escrevi sobre chegar à velhice com qualidade de vida. É um tema que sempre traz uma lembrança especial: a necessidade de respeito ao idoso. Isso com certeza é fundamental. Mas hoje em dia não são só os idosos que pedem respeito. As pessoas que fazem parte ou simpatizam com grupos que sofrem algum tipo de preconceito, discriminação ou injustiça estão se unindo, tomando coragem e fazendo belíssimas mobilizações pacíficas em favor de uma sociedade mais esclarecida e respeitosa em relação às diferenças existentes no mundo. Para além desses grupos, é bastante comum conversar com as pessoas em geral e ouvir alguma reclamação sobre o tratamento ruim que receberam em situações da vida cotidiana. Ou seja, parece-me que no final das contas o pedido de respeito já não é mais algo de um grupo específico. É um pedido das pessoas em geral.

   Diante disso a reflexão que proponho é: que ações podemos adotar no dia a dia para sermos respeitados enquanto indivíduos? Por certo que movimentações coletivas de conscientização, como as que mencionei acima, são importantíssimas. O esclarecimento de que o mundo moderno é formado por seres humanos com uma grande diversidade de pensamento e modo de vida é algo que faz toda a diferença, para que possamos nos aceitar uns aos outros com nossas diferenças, gerando admiração e respeito na vida em sociedade. Mas também vejo como fundamentais ações individuais nossas, quer dizer, ações de cada um de nós, para que sejamos respeitados pelos outros.

   Algum leitor poderá dizer: “há um erro nesse pensamento; precisamos de ações dos outros para sermos respeitados, pois são os outros que nos desrespeitam!” Concordo. Mas ao mesmo tempo discordo. Evidente que em última análise o respeito é exigido em relação ao outro. Mas isso não quer dizer que não tenhamos nada a fazer para que isso aconteça. Pelo contrário. Temos muitas possibilidades de ação. Respeito é algo que pede reciprocidade, que deve ser sempre mútuo. Assim, para sermos respeitados, precisamos também respeitar. E aí uma coisa leva à outra. Respeito e sou respeitado.

   Para ver com isso funciona, e como temos dificuldade em respeitar na vida diária, basta prestar atenção nas pequenas coisas. Por exemplo, domingo passado, pouco depois do almoço, estava descansando um pouco, aproveitando que minha filha de um aninho tinha dormido. O vizinho do apartamento de cima, que é uma ótima pessoa, resolveu colocar a cortina do quarto do bebê que a esposa dele está esperando. Resultado, barulho de furadeira e lá se foi meu descanso de domingo, com minha filha acordando assustada. O vizinho tinha sua justificativa: trabalha a semana toda e esse era o dia que ele tinha para colocar a cortina. Não nego que seja uma boa justificativa, mas não houve respeito ao silêncio de domingo, que ele certamente estará cobrando quando seu filho nascer. E eu fiquei me perguntando: será que também no passado não violei essa regra do silêncio quando precisava montar o quarto da minha filha? Afinal é muito fácil encontrar em nossas justificativas razões para um pequeno desrespeito. Mas quando esse desrespeito retorna para nós e nos atinge ficamos indignados. E não é só barulho de obra ou de salto alto em condomínio que entra no rol do desrespeito de vizinhança. Tem também o pessoal que mora em casa e acha que por isso pode fazer barulho o quanto quiser, por exemplo. Com justificativa na necessidade de diversão, esquecem que o som se propaga também entre as casas.

   Outros exemplos clássicos de desrespeito são encontrados no trânsito. Na pressa não se para na faixa de pedestres, corta-se a frente de outros carros, não se dá a vez para quem precisa mudar de pista, estaciona-se em vagas reservadas para deficientes ou para quem vai à farmácia, corta-se caminho pelo acostamento, ultrapassa-se o limite de velocidade, buzina-se, fazem-se gestos inapropriados, entre outras inúmeras situações de desrespeito que facilmente podem ser cometidas no dia a dia na direção de um veículo. E tudo com boas justificativas. O problema é que um desrespeito justificado não deixa de ser um desrespeito. Tanto que quando somos nós os desrespeitados ficamos novamente indignados. 

   Enfim, com esses exemplos quero mostrar que exigir respeito é positivo. Mas respeitar é fundamental para que o respeito exigido seja observado. Precisamos começar a respeitar uns aos outros para sermos respeitados. Pode ser que as coisas não mudem de uma hora para a outra e que em muitos casos ainda persista o desrespeito dos outros. Mas a simples atitude de procurar respeitar os outros já trará muitos benefícios. Primeiro dentro de casa. Respeitando os idosos que convivem conosco estaremos ensinando nossos filhos a nos respeitarem na velhice. Respeitando nosso cônjuge mereceremos o respeito dele ou dela. Respeitando nossos filhos estaremos criando pessoas capazes de respeitar os outros. Respeitando quem trabalha para nós teremos uma convivência mais harmônica dentro de nosso lar.

   Fora de nossas casas, na rua ou na vida profissional, penso que nem preciso falar de como o respeito faz diferença. O chefe que respeita os subordinados é protegido pela equipe, que lhe tem em alta consideração. O colega de trabalho que respeita os demais colegas faz amigos no trabalho e tem assim um local prazeroso para ir todos os dias. A pessoa que respeita quem lhe atende em todos os locais tem um tratamento diferenciado quando volta a esses locais. E gradativamente haverá maior respeito dos outros, quase como que se uma lei invisível, dessas que governam o universo e desconhecemos sua existência científica, esteja atuando em favor de quem respeita, para que seja respeitado. Para quem não acredita, sugiro experimentar: respeite e seja respeitado.

   Para finalizar essa postagem gostaria de falar de uma última situação emergencial de respeito. Essa é daquelas irrefutáveis, em que se não respeitarmos com toda certeza não seremos respeitados. Trata-se do respeito à Natureza. Com inúmeras justificativas insistimos em contornar leis ambientais, modificar códigos florestais e evitar restrições que são colocadas para a defesa do Meio Ambiente. Às vezes por necessidade da sociedade, o que de fato pode exigir o sacrifício a ser feito no futuro por todos, quando o Meio Ambiente cobrar seu preço. Mas na maioria das vezes é pela vontade de construir em um local bonito, realizar um empreendimento comercial que dará retorno financeiro astronômico para o empreendedor, não gastar com projetos que evitem poluição ou por algum outro motivo sem relevância social. Esse desrespeito reiterado ao meio ambiente não seria problema, não fosse um grande detalhe: quando se trata de Natureza, se não houver respeito de nossa parte, não há dúvida que não seremos respeitados. Os desastres serão cada vez maiores. Assim, ainda que não exista fiscalização eficiente, para evitar o corte de uma floresta, um desmatamento não ficará impune. Mesmo que se consiga na Justiça uma autorização para construir na beira de um rio que volta e meia sofre cheias, com o argumento que a lei permite construir na beira do rio, não tenho dúvidas que o Meio Ambiente não cumprirá a decisão judicial. É que nesse caso, como já mencionei, mais do que em todos os outros, é preciso respeito, para que sejamos respeitados.

É isso. Um abraço e até semana que vem,

Emmerson Gazda

2 comentários:

  1. Será que seu vizinho lê o blog??? Rs!

    Márcio

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  2. Márcio,

    Espero que sim, rs. Mas é interessante ver que as vezes só o que falta é um pouco de comunicação. Depois da postagem um outro vizinho comentou que ficou preocupado se iria acordar minha filha ao instalar alguma coisa, mesmo sendo dentro do horário permitido. Claro que nesse caso a instalação podia ser feita, mas a preocupação já mostrou que é possível pensarmos também no outro, mesmo quando temos direito a alguma coisa.

    Um abraço,

    Emmerson

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"A arte da Excelência" é um projeto sem fins comerciais destinado a gerar reflexão e ações concretas para a realização pessoal e profissional.