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quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Filhos: esses "pequenos" mestres da arte da Excelência!

   Meus caros:

   Recentemente recebi de um amigo um poema falando sobre filhos, com autoria atribuída ao escritor português José Saramago. Desconfiei um pouco da autoria, posto que ternura na escrita e evocação ao divino não são propriamente características de Saramago. Pelo contrário. Assim, pesquisei um pouco na internet e encontrei algumas notícias no sentido de que a autoria teria sido negada pela Fundação José Saramago. Se é verdade não sei, mas me parece bem plausível.

   De qualquer modo, não me pareceu relevante se a poesia é de Saramago ou não. O conteúdo dela é que me fez refletir. Independentemente do autor. Só acho uma pena não poder destacar aqui a autoria. Se alguém souber, por favor escreva um comentário com os devidos créditos. Mas como disse, o que importa é a mensagem, que transcrevo a seguir, para iniciar a reflexão dessa semana:

   “Devemos criar os filhos para o mundo. Torná-los autônomos, libertos, até de nossas ordens. A partir de certa idade, só valem conselhos. Especialistas ensinaram-nos a acreditar que só esta postura torna adulto aquele bebê que um dia levamos na barriga. E a maioria de nós pais acredita e tenta fazer isso. O que não nos impede de sofrer quando fazem escolhas diferentes daquelas que gostaríamos ou quando eles próprios sofrem pelas escolhas que recomendamos.
   Então, filho é um ser que nos emprestaram para um curso intensivo de como amar alguém além de nós mesmos, de como mudar nossos piores defeitos para darmos os melhores exemplos e de aprendermos a ter coragem. Isto mesmo! Ser pai ou mãe é o maior ato de coragem que alguém pode ter, porque é se expor a todo tipo de dor, principalmente da incerteza de estar agindo corretamente e do medo de perder algo tão amado.
   Perder? Como? Não é nosso, recordam-se? Foi apenas um empréstimo! Então, de quem são nossos filhos? Eu acredito que são de Deus, mas com respeito aos ateus digamos que são deles próprios, donos de suas vidas, porém, um tempo precisaram ser dependentes dos pais para crescerem, biológica, sociológica, psicológica e emocionalmente.
   E o meu sentimento, a minha dedicação, o meu investimento? Não deveriam retornar em sorrisos, orgulho, netos e amparo na velhice? Pensar assim é entender os filhos como nossos e eles, não se esqueçam, são do mundo!
   Volto para casa ao fim do plantão, início de férias, mais tempo para os fllhos, olho meus pequenos pimpolhos e penso como seria bom se não fossem apenas empréstimo! Mas é. Eles são do mundo. O problema é que meu coração já é deles.
   É a mais concreta realidade. Só resta a nós, mães e pais, rezar e aproveitar todos os momentos possíveis ao lado das nossas 'crias', que mesmo sendo 'emprestadas' são a maior parte de nós !!! A vida é breve, mas cabe nela muito mais do que somos capazes de viver."
   A leitura desse poema fez-me refletir sobre tudo o que podemos aprender com nossos filhos. É claro que como pais estamos inicialmente em uma posição de ensinar. Mas ultimamente tenho visto que os filhos são também uma das maiores oportunidades de aprendizado e crescimento pessoal que temos na vida.

   Quem tem filhos sabe que a partir do nascimento deles a vida muda totalmente. Até então, mesmo para os casados, havia uma liberdade de ação muito grande. A partir do nascimento  tudo fica limitado aos cuidados que a criança necessita. E por mais que existam creches, médicos, babás, o fato é que tem coisas (muitas coisas) que só os pais podem fazer. Além de situações que estão além até da capacidade dos pais e dos médicos.

   São, portanto, muitas as demandas e as pressões a que os pais estão submetidos, especialmente no primeiro filho, em que tudo é novidade. Alegria e apreensão andam juntos. Qualquer sintoma de alguma doença gera grande preocupação. O sono é fracionado e racionado. O trabalho não pode simplesmente ser abandonado. Quando os filhos vão crescendo, outras preocupações surgem. A educação, a segurança, os riscos da adolescência e da juventude. Enfim, no momento em que se pensa que uma etapa mais difícil foi superada, vê-se que começou outra, repleta de novos obstáculos e desafios.

   Tudo isso certamente dá muito trabalho aos pais. Mas também traz muitas alegrias e felicidade, particularmente quando sabemos viver e aproveitar intensamente cada etapa. E é justamente aí que entra a possibilidade de desenvolvimento pessoal, tema de reflexão dessa semana.

   Como mencionado, a cada fase do crescimento de nossos filhos, novos desafios surgem. Ao nos envolvermos com eles, temos de multiplicar nossa capacidade de amar incondicionalmente, de sermos pacientes, de sermos generosos, de impormos limites sem violência, de encontrarmos tempo para os filhos em um dia que tem só vinte e quatro horas, de pensarmos estratégias para superar impasses sem que nossa posição prevaleça na base da força, de entendermos e aceitarmos a diversidade de pensamentos, de ficarmos fortes quando tudo parece estar dando errado, de aguentarmos noites sem dormir cuidando de um filho com alguma doença mais grave, etc. 

   Com tudo isso o que acontece é que, ao longo da criação de nossos filhos, ao estarmos comprometido com eles, temos a oportunidade de nos tornarmos pessoas melhores, desenvolvendo e adquirindo habilidades. Ao mesmo tempo aumentamos nossa resiliência, que é capacidade de lidar com problemas, superar obstáculos e resistir às pressões da vida. Aumentar a resiliência é o que faz, por exemplo, termos a capacidade de superar grandes perdas emocionais ou grandes doenças, algo que vemos muitas vezes em pessoas mais velhas. Certamente ao longo da vida as experiências que passaram, muitas delas com os filhos, fizeram-nas ter maior resiliência, com um empoderamento que lhes permite superar com menos dificuldade os percalços da vida.

   Aproveitemos, então, as lições práticas que nossos filhos nos ensinam diariamente enquanto estão crescendo. Certamente os frutos de uma especial atenção e dedicação a eles serão muito maiores que o nosso desenvolvimento pessoal. Mas se, como na poesia que ilustra a postagem, compreendermos que nossos filhos não são propriamente nossos, perceberemos que as únicas partes de nossos filhos que nos pertencem são as transformações positivas que eles nos ajudam a fazermos em nós mesmos. O resto pertence ao mundo.

Um grande abraço e até semana que vem,

Emmerson Gazda

2 comentários:

  1. Muito bacana! tanto o poema quanto o texto, acabamos de ter uma filha (dois meses) e estamos aprendendo a lidar com esta nova sensação de amor incondicional, de preocupações, do sono mais leve, rsrs, mas acima de tudo de sermos pai e mãe. Abraços

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  2. Herivelton,
    Muitas felicidades para vocês. Esse primeiro momento é mesmo de grande aprendizagem. Muitas mudanças. Quase uma nova vida para os pais. Aproveitem e não esqueçam de ao longo dos anos manter o mesmo carinho e dedicação de agora!
    Um abraço,
    Emmerson

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