O blog "A arte da Excelência" foi criado para dar continuidade às ideias do e-book de mesmo nome publicado em 18/05/2011. O download gratuito do livro "A arte da Excelência" e outros conteúdos de destaque permanente estão logo abaixo, no lado direito da página. Para ser informado das novas postagens do blog cadastre seu e-mail ou curta nossa página no Facebook. Para entrar em contato conosco escreva para artedaexcelencia@gmail.com. Um grande abraço e viva com Excelência!

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Você está preparado para a morte?

Meus caros:

   Na semana que passou nos deparamos com a perda da genialidade de Steve Jobs. Uma pessoa certamente diferenciada, capaz de criar produtos para atender necessidades que nem sabiamos que teriamos. Para quem gosta de inovação realmente foi uma grande perda.

   Mas a vida é assim. Não podemos escolher até quando vamos viver. Apenas podemos escolher como vamos viver. E nesse ponto Jobs foi um grande referencial. Viveu com maestria e não desistiu de seus sonhos, de seus projetos em momento algum. Mesmo após perder a batalha MAC x PC, para Bill Gates, manteve-se firme no seu ideal de aliar a máxima qualidade com perfeição estética. Felizmente teve tempo para mostrar que a persistência também leva ao sucesso, revolucionando o mundo eletrônico com os conceitos do Iphone e Ipad. E no final, já sabendo que seus dias na Terra estavam contados, Jobs teve, ainda, a lucidez de realizar a transição na Apple, podendo ficar mais tempo com a família de deixando tudo organizado para depois de sua morte.

   Essas últimas ações de Steve Jobs chamaram minha atenção e geraram a reflexão que apresento hoje: estamos preparados para morrer? A pergunta vai além do campo espiritual. Certamente no plano espiritual  uma vida inspirada em fazer o bem é um excelente caminho. Mas é importante também pensar na preparação psicológica e, ainda, na preparação quanto às coisas materiais que fazem parte de nossa vida (negócios, bens, relacionamentos, etc).

   A preparação psicológica significa aceitar que a morte é um processo natural da vida. Pode acontecer a qualquer momento, ainda que em geral desejemos que nunca aconteça. Por isso é importante viver com intensidade cada dia e, ao mesmo tempo, praticar a aceitação da possibilidade da morte. Evidente que há uma grande dificuldade nessa aceitação. Tanto que a possibilidade da morte não é objeto de qualquer tipo de conversa familiar ou entre amigos. Contudo, do ponto de vista de preparação psicológica, esse tipo de conversa seria interessante. Pessoas que estão mais acostumadas com a ideia de que a morte é algo inevitável e que pode acontecer a qualquer momento tem maior facilidade em superar a morte de um ente querido, especialmente quando ocorre de forma inesperada e precoce.

   Assim, tomar consciência de que a morte é o risco que se correr por estar vivo é uma boa maneira de preparação psicológica para quando ela enfim acontecer. Além do que nos permite fazer valer a pena esse risco e tomar medidas para minimizá-lo.

   Por fim, a preparação material refere-se a mantermos de forma permanente uma organização em nossos negócios, bens, investimentos e outros aspectos de nossa vida material, que permitam aos familiares que ficam continuar a vida sem passar dificuldades desnecessárias. O momento da morte já é algo difícil emocionalmente. Se as questões materiais forem confusas a situação ficará mais complicada. Portanto, é interessante desde logo criar uma certa rotina de organização das coisas, que permita que a morte seja mais tranquila, do ponto de vista material.

   Cito como exemplos: (i) pagar o INSS ou algum tipo de seguro de vida, para quem não tem vínculo de emprego fixo, garantindo pensão aos filhos; (ii) deixar sempre a família inteirada dos negócios, sabendo como continuá-los no caso de morte; (iii) ter alguém para olhar pelos filhos em caso de ausência, como os padrinhos ou algum outro familiar; (iv) elaborar um documento que discrime bens, investimentos e aplicações e bancos (o documento pode ficar guardada junto com os demais documentos, a serem vistos somente em caso de morte); (v) ter uma relação de valores a pagar e a receber, bem como demais negócios pendentes; (vi) caso o patrimônio for um pouco maior, pensar na sucessão em vida, eventualmente com a constituição de uma empresa de administração dos bens, em que os filhos herdarão cotas da sociedade e não os bens em si; (vii) etc.

   Enfim, estar preparado para a morte não significa estar esperando por ela. Pelo contrário. É um ato de compreensão da vida. Saber que a vida, ao menos por aqui, tem um momento para se encerrar, nos leva a uma maior valorização de cada dia. Dessa forma, quando enfim a hora chegar, quem sabe podemos ter a sensação de que, sendo muitas ou poucas primaveras, foram muitas experiências vividas.

Um grande abraço e até semana que vem,

Emmerson Gazda
www.artedaexcelencia.blogspot.com

2 comentários:

  1. Amigo,

    Com o devido respeito às opiniões contrárias, os bens que porventura eu angariar em vida somente passarão aos meus filhos após a minha morte.

    Eu fiz a minha história e eles devem lutar para construir a deles. Depois que eu me for, dái a herança é deles.

    E olha que eu sou bonzinho, pois o Bill Gates somente deixará 1% da fortuna aos filhos dele, porque ele disse que tem coração de pai, pois na verdade não deveria deixar nada, para que os filhos lutassem... Eu não sou tão radical.

    Conheço muitas histórias reais de pais que passaram os bens em vida e depois não tinham onde morar, nem o que comer ou vestir... Viraram reféns dos filhos!

    De outro lado, é necessário que a pessoa deixe, no minimo, o numerário necessário para o enterrro. Porque o outro extremo é aquele que gasta tudo e ainda deixa as despesas do funeral (caixão, jázigo, taxas) para a família.

    Abs,

    Márcio

    ResponderExcluir
  2. Márcio:

    Seu raciocínio está correto. A sugestão aqui não é antecipar a herança, passando os bens para o nome dos filhos. O que imagino é fazer planejamento sucessório, eventualmente através de uma espécie de "holding pessoal". Nesse caso é possível até impor condições sucessórias e o patrimônio será seu até o momento da morte. A vantagem é que não haverá sucessão patrimonial (que é bastante onerosa, demorada e em geral cria desavenças familiares), mas apenas nas cotas da empresa, segundo as condições que você já estabeleceu.

    Enfim, minha ideia é algo nesse sentido. Mas por enquanto ainda me falta constituir o patrimônio para colocá-la em prática! De qualquer modo ao menos a filha já está aí, hehehe.

    Um abraço,

    Emmerson

    ResponderExcluir

"A arte da Excelência" é um projeto sem fins comerciais destinado a gerar reflexão e ações concretas para a realização pessoal e profissional.