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quarta-feira, 4 de abril de 2012

Fama ou notoriedade?

Meus caros:

   Em meio às merecidas homenagens prestadas a Millôr Fernandes ouvi dizer que ele não se preocupava em ser famoso. Achava mais interessante a notoriedade. A diferença entre ambas é significativa, ainda que pareça sutil. De maneira geral podemos dizer que fama é algo mais simples. Pode acontecer com qualquer pessoa. As vezes nem precisa saber fazer nada de especial para ser famoso. Ou eventualmente literalmente não fazer nada. É o caso emblemático da moça que não apareceu em um comercial de televisão porque estava no Canadá. Lembram? Como era mesmo o nome dela? Bem, não importa. Fama é assim mesmo. Vem e vai sem  deixar marcas que se eternizem no tempo.

   A notoriedade é diferente, algo mais definitivo ligado ao que se é e ao que se faz na vida. A notoriedade é alcançada quando alguém faz coisas que têm capacidade de modificar positivamente o mundo, deixando marcas que se perpetuam no tempo para um grupo significativo de pessoas, quando não para toda a sociedade. Certamente é o caso de Millôr Fernandes, com sua capacidade única de fazer rir, refletir e agir, tudo junto e ao mesmo tempo.

   Pois bem, refletindo sobre essa distinção acabei me perguntando se quero fama ou notoridade. E acabei concluindo que, no fundo, não busco nenhuma das duas! Quero apenas paz. Viver em paz comigo mesmo, com os outros e com Deus.  É pouco? Até pode parecer. Mas pensando com calma é fácil perceber que isso é algo que exige uma grande atitude perante a vida.

   Vejam bem, para viver em paz comigo mesmo preciso buscar o autoconhecimento, a realização dos meus sonhos e dar o melhor de mim em tudo o que me proponho a fazer. Para viver em paz com os outros preciso aprender a ser tolerante, aceitar a diversidade, buscar harmonia nos relacionamentos e respeitar os espaços alheios. Por fim, para viver em paz com Deus, seja qual for o conceito que se tenha Dele, preciso de momentos de espiritualização e, acima de tudo, preciso praticar o bem na vida diária. 

   Como se vê viver em paz não é algo tão simples assim. Para mim é algo que vale mais que fama ou notoriedade. Certamente alguém pensará que a grande dificuldade de viver em paz são as situações de conflito produzidas pelos outros ou pelos infortúnios da vida. De fato, esses são elementos que estão fora do nosso controle. Mas podemos trabalhar no nosso fortalecimento pessoal frente à adversidades da vida e frente as imperfeições que os outros, como nós, possuem, para estarmos cada vez mais "imunes" à influência desses elementos sobre a nossa própria paz. Evidente que é muito difícil uma "imunidade" absoluta. Mas o fortalecimento pessoal ajudará em uma recuperação mais rápida, quando momentos complicados vierem. Além de terem importante influência em como os outros nos percebem e agem conosco. Sobre isso há duas frases do Dalai Lama que são bastante inspiradoras: (i) "seja a mudança que você quer ver no mundo"; (ii) "se você quer transformar o mundo, experimente primeiro promover o seu aperfeiçoamento pessoal e realizar inovações no seu próprio interior".

   É isso, meu caros. Para concluir deixo o convite para uma reflexão sobre o que cada um deseja. Fama, notoriedade ou alguma coisa diferente? É algo interessante para se pensar nesse feriado de Páscoa, indo um pouco além dos chocolates, ovos e coelhinhos. Mas claro, sem esquecer  os chocolates e todo esse espírito de confraternização da Páscoa, que é positivo para a construção da paz.

Um abraço, feliz Páscoa e até a próxima postagem,

Emmerson Gazda

3 comentários:

  1. Emmerson,

    Após muitas tribulações na vida conclui que o que se deve buscar na vida é a paz (e não a felicidade que virá sozinha se tivermos paz).

    Não se precisa correr atrás de borboletas para trazê-las ao jardim, basta cuidar bem do jardim.

    Não é à toa que em momento algum Jesus nos desejou felicidade, mas em várias passagens bíblicas disse: "A paz esteja convosco!"

    Abraço,

    Márcio

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  2. Márcio, tenho essa mesma sensação. Outro dia minha esposa me perguntou como eu definiria a felicidade, em uma conversa que estávamos tendo sobre a pretensão de se inserir o direito à felicidade como direito fundamental no Brasil. Eu disse o seguinte: "felicidade para mim é a sensação de bem estar duradouro que surge quanto estamos em paz conosco mesmo, com os outros e com Deus, aliado a um estado de saúde física, espiritual, mental e material nosso e das pessoas que amamos." Em resumo: felicidade é algo que surge quando nós e as pessoas que amamos estão em paz, bem de saúde física e espiritual e com uma boa condição material. Algo por aí.

    Interessante pensar nisso porque a ONU está discutindo atualmente um indicador paralelo ao PIB para servir de referência sobre a qualidade de vida no mundo. Trata-se de um indicador para medir a felicidade, que tem sido chamado de FIB (Felicidade Interna Bruta). Algo que efetivamente tem relevância para gerar um contraponto e reflexão sobre PIB, que se baseia na riqueza produzida (um índice de fundo capitalista, portanto). Para ter uma ideia de como a questão permite repensar conceitos li que o Butão, um dos menores PIB´s do mundo, tem um dos melhores FIB´s (Felicidade Interna Bruta) do planeta. Isso em razão do modelo de vida deles. Algo a se pensar.

    Um abraço,

    Emmerson

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    1. Emmerson, vc tem toda a razão.

      Pois, se dinheiro, por si só, fosse sinônimo de felicidade, os países escandinavos não teriam o mais alto índice de suicídio do mundo.

      Grande abraço,

      Márcio

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