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terça-feira, 24 de abril de 2012

Mais do que alcançar os objetivos...

 Prezado(a),

   Na caminhada para a excelência definimos nossos objetivos e nos esforçamos para alcançá-los. Degrau a degrau, seguimos os passos por nós definidos em nosso planejamento. São os objetivos de curto prazo a que nos propomos. A satisfação do dever cumprido e a confirmação de que somos capazes quando atingimos os objetivos nos preenchem e dão ânimo para caminhar cada vez mais. Paradoxalmente, em alguns casos este júbilo carrega em nosso íntimo uma pontada de insatisfação. Às vezes este algo que ficou incompleto é mais do que uma sensação. Como podemos atingir o que tanto desejávamos e nos sentirmos assim? Isto ocorre porque nosso desempenho não engloba somente “o que” alcançamos e sim “como” chegamos lá. A estrada que percorremos importa e muito. Não só o destino.

   As questões do “como” estão intimamente ligadas à forma de nos relacionarmos com os outros. E a comunicação tem um aspecto muito importante porque influencia de forma significativa o impacto que causamos. Há momentos em que podemos ser mais soltos e suaves nas palavras. E outros em que somos mais duros, pois acreditamos que se ficar muito solto não será atingido o objetivo. Nossas mensagens são compostas de parte informativa e parte argumentativa. Pedaços em que somos diretos e simplesmente informamos como queremos as coisas e outros em que trabalhamos com a razão e a emoção para convencer o ouvinte a nos ajudar em nossos objetivos. A dosagem de cada fração e a forma como a mensagem é montada depende da situação. E não raro, erramos na composição.

   Fui relembrado na semana passada que tendemos a comunicar de forma informativa. E de fato, deveríamos ser muito mais argumentativos. Procurar apresentar razões e tocar emocionalmente as pessoas para que atendam aos apelos. Funciona bem melhor do que dar ordens. E poderíamos nos comunicar muito melhor não fosse a ausência de experiência e ferramentas para agirmos de forma argumentativa. Vejam-se os modelos e construções de correspondências que aprendemos na escola: “venho, por meio desta, informar…” ou “venho, através desta, solicitar …”, “Tem a presente a finalidade de comunicar”. Aliás, um parênteses: hoje essas correspondências são vistas como construções redundantes e evitáveis em comunicações que não exijam tais excessos de formalidade. Deve o tratamento habitual informativo ser mais direto e objetivo.

   Voltando ao tema da postagem, cada um tem um estilo natural de comunicação. Alguns são mais diretivos e se comunicam de forma mais informativa. Outros mais argumentativos. É interessante se observar isso em um grupo. A impressão que se tem é de que quando se está em um momento de crise e pressão os estilos mais diretivos costumam tomar a frente da situação. Em momento onde ações rápidas são necessárias o estilo dirigente assume a liderança. E aí é muito comum a criação de conflitos de relacionamento dentro do grupo. Passei recentemente por uma experiência assim em um evento que organizamos. Para se conseguir completar toda a organização em tempo, alguns poucos casos de aplicação de um estilo mais informativo de comunicação foram necessários. Após o evento, ficaram rusgas. Principalmente devido à comunicação. Isto ficou claro em uma das frases que veio à tona: ”Não é o que se faz e sim como se faz”. Problemas estes que puderam ser contornados com conversas maduras pós-evento. No caso de envolver pessoas imaturas, contudo, é muito frequente que tais situações levem a mágoas profundas e a rompimentos definitivos.

   No gerenciamento de projetos passei por diversas situações semelhantes. Mais do que na comunicação com o líder da equipe, conflitos entre os membros emergem frequentemente devido a problemas de comunicação. E de nada adianta concluir o projeto e destruir a equipe. Pois o primeiro trata-se de um evento único. Já esta última uma estrutura que deveria ser capaz de colocar a termo ainda muitos outros feitos em conjunto. Ao se prejudicar a equipe em detrimento do projeto, causa-se danos de longo prazo para se obter um resultado imediato, o que é um problema grave. O gerente de projetos tem que cuidar com isto. Trabalhar muito a comunicação com todos os envolvidos para garantir que todos se sintam satisfeitos com o resultado e interessados em continuar trabalhando para sobreporem os próximos degraus.

   Normalmente, quando atingimos um objetivo e nos sentimos insatisfeitos é por que causamos algum dano de longo prazo em detrimento do resultado imediato. Frequentemente o prejuízo advêem de problemas na comunicação. E neste caso, podemos tentar corrigir. Contudo é bem mais eficiente agir preventivamente. É que nem sempre o mal pode ser remediado. Há um ditato popular que diz existirem três coisas que não voltam mais: a flecha vertida, a oportunidade perdida e a palavra proferida. Por mais que se aparem as arestas após o conflito, muitos mantêm em seu profundo interior um resquício do que lhe fora dito de forma atravessada. E isso muitas vezes não terá volta.

Abraços,

Emmanuel Gazda

2 comentários:

  1. Emmerson,

    Quando alguém diz algo parecido com: "Fui vencido, mas não convencido!", pode ter certeza que as coisas irão azedar no futuro...

    E, às vezes, não dá para convencer, pois é questão de decisão de oportunidade e conveniência, de exercício de chefia ou de comando, ou, ainda, pela falta de tempo para uma discussão mais ampla.

    Já foi dito que a coisa mais difícil que existe é administrar pessoas.

    Abraço,

    Márcio

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  2. Vdd, Marcio.
    Trabalhar com ser humano é muito díficil, pois cada um pensa de um jeito e interpreta de outro.

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