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quarta-feira, 23 de maio de 2012

Uvas Verdes

Prezado(a),

   Em geral, alcançar o que desejamos não é fácil. O caminho é sinuoso, cheio de tentativas e por vezes decepções. Para se chegar lá é preciso ser persistente. Exige resistir às primeiras tentações de se conformar com a situação, tal como a raposa no conto de Esopo, que não alcançava os cachos de uva e seguiu seu caminho sem eles, alegando que estavam verdes.

   Alguns desistem por considerarem que não são capazes. Que não têm as ferramentas e dons necessários para obter sucesso na empreitada. Outros insistem e persistem mesmo enfrentando grande adversidade. Um destes exemplos de superação, que veio ao conhecimento do público em geral recentemente, é o do surfista brasileiro cego, que apareceu na televisão. Mais um que se soma ao grupo dos desafiantes do impossível que constantemente nos mostram a capacidade do ser humano em se superar. Nos desafiam a parar de olhar para as uvas como verdes, pensar fora da caixa, se esforçar e encontrar uma forma de chegar lá.

   Quando as coisas não saem muito bem como esperávamos também é comum lançar-se mão do termo “azar”. O que dirá o garoto que não tem mais a sorte de enxergar e mesmo assim quer surfar? Nada de “azar”. Mãos à obra, isso sim. É preciso percebermos que temos mais a ver com os fatos que nos rodeiam do que normalmente imaginamos. Muito depende do nosso esforço.

   Há três tipos de eventos: aqueles que controlamos, os que conseguimos influenciar e por fim alguns sob os quais não temos impacto algum. Para conviver e superar as adversidades ajuda muito entender onde elas se enquadram. É que isto nos mostrará o tipo de abordagem mais indicada.

   Consideremos, por exemplo, a situação em que você foi mal em uma prova. Em uma visão mais ampla, não conseguiu a aprovação no tão desejado concurso. Por incrível que pareça, muitos costumam pensar que foi uma infelicidade. Os concorrentes estavam muito fortes. Caiu exatamente aqueles pontos em que não sou assim tão forte. E assim por diante. De forma bem direta, são desculpas para tentar dividir a responsabilidade.

   O que se percebe é que aparecem muitos argumentos e justificativas para não se enxergar que esta é uma situação em que o controle tem que estar em suas mãos. São formas de se fugir de assumir a responsabilidade pessoal pelos fatos. Para obter o sucesso desejado você tem que estar suficientemente preparado. E isso está sob seu controle. 

   As crianças exercitam muito bem a prática de encontrar motivos para os insucessos ou falhas. No entanto, não são as únicas. No dia-a-dia nos deparamos mais frequentemente do que desejaríamos com profissionais que estão com os motivos e justificativas sempre afiados na ponta da lingua.

   Mas há situações em que, de fato, o resultado está fora do nosso controle. São decisões que não nos pertencem. Contudo, se avaliarmos bem perceberemos que podemos muito bem influenciar na decisão. Tal como sermos ou não escolhidos para uma posição diferenciada dentro da organização. Se um funcionário vai continuar ou não trabalhando para a empresa. Alguns acreditam e influenciam bastante. Outros sentem-se mais fracos e jogados ao acaso. Quanto melhor conseguirmos identificar estas situações, mais podemos agir e influenciar em suas probabilidades, melhorando nossas chances de resultado positivo.

   Por fim há situações em que não temos controle nenhum sobre a sua ocorrência ou não. Tal como os fenômenos metereológicos, acertar os números sorteados na mega sena ou enfrentar um engarrafamento no trânsito. Não temos controle, mas precisamos agir em relação a eles.

   Tanto os eventos em que conseguimos somente influenciar quanto aqueles sob os quais a ocorrência foge completamente de nosso controle são chamados elmentos de risco. O que precisamos aqui é saber lidar com essas situações. A dificuldade em identificar e tratar os riscos pode levar-nos a nos isentarmos de suas consequencias. O problema é que sem lidarmos adequadamente com os riscos nosso objetivo fica muito vulnerável ao acaso. Portanto temos que tomar as rédeas. Precisamos estar preparados para enfrentar os riscos.

   Vejamos, por exemplo. Se chegamos atrasados porque o ônibus estragou não é porque deixamos para sair em cima da hora. Se acabamos molhados pela chuva é porque os céus estão contra. Nem pensar que pode ser porque esquecemos o guarda-chuvas. E por aí a fora. Tal postura, não ajuda. É certo que não conseguimos controlar o ônibus ou mesmo a chuva. Mas analisar a probabilidade de algo ocorrer e prevenir o efeito que isto terá sobre os nossos resultados depende de nós. Temos, portanto, que assumir a responsabilidade pessoal sobre a gestão dos riscos. Aprender a identificá-los, avaliar suas probabilidades e impactos, criando medidas para diminuir seus efeitos danosos ao sucesso.

   O impacto do risco e o quanto ele dificulta em você alcançar seus objetivos é muito importante. Um mesmo risco pode levar a abordagens completamente diferentes, dependendo das consequências que gera. Na prática, organize-se muito bem para que não sejas surpreendido por ônibus quebrado, pneu furado ou trânsito que lhe impeçam de chegar atrasado para a prova do concurso. E relaxe caso os mesmos problemas no transporte urbano for lhe atrasar para o aniversário do seu sobrinho ou para uma atividade em que exista flexibilidade no horário.

   Uma observação final e importante. Gestão de riscos envolve muitas situações em que as medidas de prevenção não se revelarão eficientes caso o pior aconteça. Isso é natural. Prever todas as possibilidades é complexo. E mesmo os melhores gestores de risco não estão imunes a situações de insucesso, especialmente quando o risco é pequeno e o custo para evitá-lo muito alto (relação custo x benefício). Portanto, como em outras áreas da vida, ao enfrentar derrotas nessa atividade avalie o novo ambiente, aprenda com os erros, treine mais, estude mais e procure acertar da próxima vez. E acima de tudo seja persistente.  

Abraços,

Emmanuel Gazda

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