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sexta-feira, 26 de abril de 2013

Você sofre mesmo de "falta de tempo"?

Meus caros:

   Nos últimos tempos percebi que estava um pouco reticente em escrever algo de novo aqui no blog. Comecei, então, a tentar descobrir qual a razão disso. Em um primeiro momento encontrei a explicação padrão de sempre: “falta de tempo”. De fato, não posso negar que as coisas estão um pouco mais corridas nesse início de 2013, especialmente no trabalho. Contudo, quando essa desculpa da “falta de tempo” me vem à cabeça, já está internalizada em mim a resposta de que o tempo existe, é só questão de aproveitá-lo melhor. Dessa forma, sempre que penso em falta de tempo minha busca não termina. Passo a pensar se não existe uma outra razão mais verdadeira e profunda para não ter feito o que queria fazer. Se chegar à conclusão de que o problema é mesmo de tempo, trabalho na readequação do tempo que tenho disponível, para que possa fazer algo que para mim é importante. Mas se a real razão da “falta de tempo” for outra, então trabalho em cima dessa real razão.

   É interessante observar, sobre isso, que a desculpa da “falta de tempo”, na grande maioria da vezes é usada para encobrir uma falta ou redução da motivação. Quer dizer, a pessoa não está motivada o suficiente, ou perdeu um pouco daquele ímpeto inicial, e daí acaba não tendo a atividade como tão relevante. Como conseqüência, aquilo que se pretendia fazer perde sua prioridade e o tempo reservado para ela acaba sendo utilizado em outras atividades. Atividades, aliás, nem sempre relevantes, mas apenas que fazem o tempo correr. Paulo Coelho retrata bem, em um dos seus livros, como um escritor pode passar dias fazendo tudo quanto é coisa sem importância para não encarar o desafio de sentar em frente ao computador e escrever o livro que prometeu ao seu editor. Nesse caso, a falta de motivação (representada pela inspiração necessária para escrever) acaba consumindo todo o tempo em outras atividades.

   Mas não é só a falta de motivação que nos faz “deixar de ter tempo” para uma determinada atividade. Certamente o leitor deve ter pensado que isso também acontece em hipóteses de imprevistos, necessidades do trabalho, da família, doenças, etc. Entretanto penso que essas hipóteses são circunstanciais e se resolvem com planejamento ou replanejamento de atividades e de agenda. Nesse replanejamento aquilo que é relevante e tem a devida motivação certamente irá estar contemplado e será feito o mais rápido possível. Portanto, a questão do tempo até poderá determinar alguma alteração, mas não será desculpa. Você apenas projeta que estará feito em seguida e pronto.

   As hipóteses de falsa "falta de tempo" que estou considerando, para além da falta de motivação, dizem respeito ao que chamaria de "armadilhas mentais" que determinam estagnação física. Nesse caso a pessoa tem motivação para um determinado projeto, gostaria sinceramente de colocá-lo em prática. Mas aquilo que está dentro de sua mente a impede de iniciar ou continuar qualquer atividade efetiva no sentido de realizar seus objetivos.

   Talvez seja um pouco complexo entender isso, pois é algo muito sutil, difícil de ser percebido no dia-a-dia. Por isso vou utilizar algumas analogias. Por exemplo, uma pessoa que sempre quis aprender a dirigir automóvel, mas vive protelando, alegando "falta de tempo", quando o real motivo é que sente medo de não conseguir. Outro exemplo, uma pessoa que quer passar em um concurso público, mas nem começa a estudar seriamente alegando "falta de tempo", quando o real motivo é que vê isso como algo impossível para ela. O risco de bater o carro e o risco de não passar no concurso estão no mundo real, é fato. Mas a impossibilidade e o medo estão na cabeça da pessoa. E por aí vai.

   É importante perceber, disso tudo, que o medo de não conseguir, a sensação de “não ser bom o suficiente”, o pânico em situações que na verdade não trazem risco real nenhum além do normal, entre outros, são elementos que estão exclusivamente dentro de nossa mente. Mas muitas vezes acabam impedindo nossas ações no mundo real. É interessante observar que esses elementos nem sempre surgem de uma hora para outra. Eles vão se infiltrando vagarosamente em nossos conceitos e crenças até que um belo dia passamos a achar que aquilo é verdade, passa a ser algo em que acreditamos. Esse processo de “infiltração” é de certa forma sorrateiro e vai nos impregnando na vida diária. Jornais, televisão, conversas com pessoas pessimistas e contato permanente com situações negativas da vida são muito efetivas em fazer essa transformação imperceptível, que incute em cada um o medo, a sensação de incapacidade, o pensamento de não ser bom o bastante. É preciso, portanto, estar atento a essa transformação, para cortar esse mal mental do “não vou conseguir” (que gera um “não vou fazer”) o quanto antes, de preferência pela raiz, para que não tome conta das nossas vidas.

   Pois bem, e o que tem isso a ver com minha reticência em escrever novas postagens? É que pensando sobre tudo isso percebi que era justamente algo parecido que estava acontecendo comigo. Não propriamente um medo ou um sensação de “não ser bom o bastante”. Mas uma sensação de irrelevância em escrever um texto novo. Comecei a questionar se diante de tanta coisa já escrita teria algum significado ficar escrevendo mais e mais. Muitas vezes mais do mesmo, já que no fundo muito do que escrevo aqui está internalizado em cada um, bastando apenas aquietar um pouco a mente para poder escutar. Estava pensando, ainda, que no fim cada um tem suas experiências pessoais, que tanto quanto as minhas são ricas e de grande valor. Para “piorar”, acabei lendo alguns artigos e livros muito bem escritos, com maior rigor científico e com os autores dos textos ostentando currículos invejáveis. Isso tudo acabou infiltrando em minha mente a seguinte dúvida: tenho mesmo alguma coisa a dizer? E até responder essa pergunta fiquei estagnado. Com várias ideias de postagens, mas sem sentar, escrever e desenvolvê-las.

   Contudo, hoje pela manhã uma luz surgiu e consegui sair da armadilha que acabou impregnada em minha mente. Percebi que certamente não tenho todo o conhecimento que gostaria de ter, nem toda a titulação que muitos outros escritores possuem. Minhas reflexões também não são melhores que as de ninguém. Mas nem por isso deixa de valer a pena escrever sobre o que penso, compartilhando ideias é experiências. Existe uma relevância primária quando se escreve, que é a possibilidade do próprio autor amadurecer suas ideias. Talvez era isso que Richard Bach quis dizer quando escreveu que "você ensina melhor o que mais precisa aprender". Escrever também é relevante para trocar ideias com as outras pessoas. Não necessariamente porque se diz uma verdade ou algo perto disso. Mas simplesmente porque permite que exista reflexão sobre o que o escritor pensa. E talvez isso ajude o leitor a avançar na busca das respostas para as suas próprias perguntas.

   Ao perceber isso veio de imediato a vontade de escrever uma postagem. O tempo que estava faltando abriu-se quase que de forma milagrosa. Mas não houve milagre. Na verdade o tempo sempre existiu e estava ali disponível. Só que agora minha mente permitiu que ele fosse usado para escrever. Do contrário teria ficado meia hora lendo o jornal e ficariamos mais um dia sem postagem.

   É isso, meus caros. Vale a pena refletir sobre até que ponto sua mente está arraigada de crenças e conceitos que não tem fundamento real e apenas o impedem de realizar seus projetos. As vezes, como no meu caso, a coisa é muito sutil. Mas o efeito é significativo.

Um abraço,

Emmerson Gazda
www.artedaexcelencia.blogspot.com

2 comentários:

  1. Emmerson,

    Um sábio disse que "tempo é questão de preferência".

    E outro palestrante disse com maestria que as coisas que ele frisava na sua exposição eram justamente as que ele próprio mais precisva ouvir!

    Obrigado por investir o seu tempo em escrever para nós, os seu leitores.

    Abraço,

    Márcio

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  2. Sr. Emmerson, muito obrigada por compartilhar seus pensamentos e por despertar em quem lê uma instantânea empatia.
    Preciosas palavras, as suas.
    Que o senhor seja muito feliz.

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