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segunda-feira, 8 de julho de 2013

O Brasil quer mudanças! E você, quer mudar?

 Meus caros:

   Nas últimas semanas vivenciamos um momento importante para o amadurecimento da democracia brasileira. Com a utilização das redes sociais para transformar indignação em atos concretos, uma parcela significativa da população se mobilizou, postulando das autoridades públicas, especialmente políticas, a adoção de medidas mais efetivas para coibir a corrupção e buscar assegurar a todos direitos básicos mínimos em termos de saúde, transporte, educação e segurança.
   
Muito já se escreveu na imprensa sobre as manifestações, suas origens, sua contribuição para o futuro do país, de forma que não pretendo fazer aqui mais uma análise política de tudo o que vem acontecendo. Até porque esse não é o foco das reflexões do blog. O fato a ser destacado, de qualquer modo, é que o Brasil quer mudanças. O brasileiro, de forma preponderantemente pacífica, disse com todas as letras que quer um país melhor, que não aceita mais do mesmo. Enfim, para resumir, todos queremos um pouco mais de Excelência para o Brasil.
   
Diante disso fiquei pensando, nos últimos dias, enquanto lia sobre as discussões acerca das reformas políticas e outras medidas que estão sendo adotadas pelo governo, que a dita “mensagem das ruas” ainda não foi totalmente bem compreendida, no meu modo de ver. O que me parece é que para além de reformas políticas o que se quer, antes de tudo, é a reforma dos políticos, ou seja, das pessoas que integram o Estado. Quer dizer, para além de aperfeiçoar o sistema político, quer-se a melhoria na conduta da pessoas que atuam no sistema político, de forma que tenhamos mais comprometimento com o resultado positivo para o coletivo, com um serviço público dotado de maior qualidade.

   Nesse contexto percebo que faço parte dos dois lados dessa moeda. De um lado sou um cidadão que se sente indignado quando vê alguma situação de falta de compromisso com os serviços prestados pelo Estado e por isso cobra melhorias. De outro participo de um importante serviço público, que é o serviço judiciário federal. Por aí sou também cobrado para ser mais eficiente e para encontrar melhores soluções para que o processo ande rápido e seja justo.

   Não vou dizer que cobrar é mais fácil que ser cobrado. Seria uma resposta simplista e falsa. Ser cobrado é algo difícil pela necessidade de entregar o resultado que se espera. Mas cobrar também é algo complicado porque não é fácil conseguir de quem se cobra aquilo que se espera. Ainda mais considerando que a cobrança deve ser feita com responsabilidade.

   Então vejo que ambas as atividades são difíceis. No que se refere a cobrar melhorias, a questão do momento é pensar em como dar seguimento a esse importante processo de cobrança, após a etapa inicial de euforia com os movimentos intensos de manifestações. No que se refere a atender às demandas, a questão é como produzir melhores resultados e como ser uma pessoa ainda mais comprometida com aquilo que faço.

   Refletindo sobre isso cheguei a algumas conclusões do que pode ser feito. Como cobrador de um Brasil melhor, penso que cabe a mim, como a cada um, a missão de manter e aprimorar o espírito crítico. E aplicá-lo não só aos outros, mas também e especialmente a mim mesmo. A ideia é que se quero um Brasil de Excelência, tenho que começar a também contribuir com minha Excelência. Quem é servidor público tem que buscar ainda mais comprometimento com a qualidade do serviço. Mas quem não é servidor público também precisa buscar comprometimento com a qualidade dos serviços que presta ou produtos que destina ao público. Afinal, público ou privado, todo serviço ou produto é destinado à população. E assim, seja indiretamente (impostos) ou diretamente (pagamento do preço), tudo é no fim das contas pago pela população.

   Assim, cada um precisa fazer o que é certo e precisa buscar a Excelência no que faz. Como consequência, multiplica-se a força para cobrar que em outras “instâncias” as coisas também sejam feitas de forma correta. Porque fazendo a coisa certa o cobrador se legitima a cobrar. Vou dar um exemplo bem simples, da vida familiar, mas que quase ninguém percebe: se um pai sai de casa de carro, vai a um restaurante e volta um pouco embriagado dirigindo, qual é sua legitimidade para cobrar que o filho não faça o mesmo? Outro exemplo, do trabalho: se eu com gestor da minha unidade for ausente, ficar mais preocupado com meus interesses pessoais do que com o serviço, como é que posso exigir da equipe compromisso e resultado?

   No outro lado da moeda, como alguém cobrado por melhorias do serviço que presto, é interessante como minhas reflexões conduziram a um resultado bastante semelhante ao que cheguei como cobrador. Aqui também tenho que aprimorar o espírito crítico, agora para poder encontrar novas e melhores soluções. Também tenho que fazer a coisa certa e também tenho que estar comprometido com a Excelência. O diferencial que encontrei é que, sendo cobrado por melhorias específicas, meu foco precisa se concentrar naquilo que posso de forma efetiva fazer para melhorar o serviço que presto (no caso o serviço judiciário federal, que é minha atividade como Servidor Público). Nesse ponto minha conclusão é que tenho de centrar ainda mais os esforços naquilo que está realmente ao meu alcance, que é continuar a fazer do Juizado Especial Federal de Jaraguá do Sul-SC, local de minha jurisdição atual, um local em que os processos tramitem de forma inteligente, ágil, com um bom atendimento às partes e seus advogados. Enfim, prestar um serviço de Excelência naquilo que está sob minha responsabilidade direta. É aí que tenho que ser criativo e fazer com que os poucos recursos físicos e de pessoal disponíveis se multipliquem para dar conta de atender a demanda cada dia maior. 

   Para além disso posso contribuir com debates de projetos de lei, artigos, discussões em listas entre os colegas juízes. Mas nessas outras atividades, por maior que seja minha vontade, não tenho como conseguir muitos resultados concretos e imediatos, posto que meu campo de influência é limitado. Até mesmo em Jaraguá do Sul, por exemplo, aonde temos mais uma Vara Federal funcionando no mesmo prédio do Juizado, minha possibilidade de apresentar resultados fica restrita à unidade sob minha responsabilidade. A outra unidade jurisdicional, outra Vara, já é responsabilidade de outro colega e passa a ser dele a possibilidade de prestar um serviço de Excelência. O máximo que posso fazer ali é contribuir com o debate.

   Enfim, meus caros, o que quero trazer com essas reflexões é que a vontade de mudança manifestada nas ruas pelas pessoas (que em certa medida deram publicidade às angústias de uma parcela significativa de brasileiros) depende, para se manter a longo prazo, de uma postura de mudança a ser assumida por cada um de nós. Por isso a pergunta que deixo a todos é a mesma que serve de título à presente postagem: o Brasil quer mudanças! E você, quer mudar?

Um grande abraço,

Emmerson Gazda

2 comentários:

  1. Parabéns pelo artigo!... fiquei meditando e como é importante perceber a nossa esfera de ação...e a importância que temos nela e cada um contribuindo em sua esfera de ação também contribuindo no todo... afinal "o todo é mais que a soma das partes". Um abraço!

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  2. Ótimo, Emmerson!

    Quem quer mudança também tem que contribuir com a sua mudança pessoal para melhor.

    Abs,

    Márcio

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