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quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Viver é correr riscos?

 Meus caros:

   Atribui-se a Sêneca, famoso orador e filósofo romano, um texto bastante interessante que tempos atrás circulou pela minha internet: “Rir é correr o risco de parecer tolo. Chorar é correr o risco de parecer sentimental. Estender a mão é correr o risco de se envolver. Expor seus sentimentos é correr o risco de mostrar seu verdadeiro eu. Defender seus sonhos e ideias diante da multidão é correr o risco de perder as pessoas. Amar é correr o risco de não ser correspondido. Viver é correr o risco de morrer. Confiar é correr o risco de se decepcionar. Tentar é correr o risco de fracassar. Mas os riscos devem ser corridos, porque o maior perigo é não arriscar nada. Há pessoas que não correm nenhum risco, não fazem nada, não têm nada e não são nada. Elas podem até evitar sofrimentos e desilusões, mas elas não conseguem nada, não sentem nada, não mudam, não crescem, não amam, não vivem. Acorrentadas por suas atitudes, elas viram escravas, privam-se de sua liberdade. Somente a pessoa que corre riscos é livre!

   Logo que li esse texto lembrei-me de uma frase atribuída a Peter Drucker, expoente da moderna teoria da Administração, que li em algum lugar em meu estudos de gerenciais. Era mais ou menos assim: “Existem os riscos que não devemos jamais correr e os riscos que não podemos nunca deixar de correr”. 

   Quer dizer, se olharmos para o que Sêneca dizia, correr riscos é de suma importância para construir uma vida plena de realizações pessoais e profissionais. De outro, Drucker faz uma advertência importante: há riscos que devemos correr, mas riscos que não devemos correr. Ou seja, de fato, viver é correr riscos. Em regra não se vai a lugar algum sem que se corram riscos. Sêneca resumiu muito bem isso aplicado a uma ampla gama de situações da vida. 

   A questão é que a partir do momento em que percebemos que ao ir atrás dos nossos sonhos e realizações temos de correr alguns riscos, torna-se também importante pensar na prevenção dos riscos, na análise dos riscos que valem a pena correr e dos riscos que não fazem qualquer sentido assumirmos. 

   Venho pensando sobre esse assunto há algum tempo e a cada nova notícia de tragédias provocadas pela falta de medidas eficientes de prevenção tenho constatado que vivemos em uma sociedade que não se preocupa em fazer análise de risco. Quer dizer, não temos a cultura da prevenção e aí corremos riscos desnecessários. 

   Da mesma forma que viver é correr risco, temos de pensar que viver também é tomar medidas de prevenção contra esses riscos. Toda atividade que fazemos envolve um risco, por mais simples que ela seja. Ao levantar da cama pela manhã, por exemplo, podemos lesionar a coluna. Ao sair de casa para o trabalho podemos sofrer algum tipo de acidente, com maior risco dependendo do meio de transporte utilizado. E assim por diante. Mesmo ficar em casa deitado na cama apresenta algum tipo de risco. A casa pode desabar, um avião pode cair sobre ela, ou seja, nem mesmo ficar em casa nos livra de todo e qualquer risco. 

   Enfim, é impossível evitar de forma absoluta o risco que corremos por estar vivos. Contudo podemos e devemos trabalhar em cima da prevenção para diminuir os riscos e evitar que o pior aconteça. É importante colocarmos isso em nossa cultura pessoal e familiar diária. Não como uma forma de deixar de lado aquilo que gostamos de fazer, aquilo que dá sentido às nossas vidas. Mas para que possamos fazer isso da forma mais segura possível. Repensar se vale mesmo a pena uma atividade de lazer de alto risco até pode ser algo a considerar. Mas se essa atividade for realmente essencial, então é preciso ao menos fazê-la com toda a prevenção disponível.

   Quer dizer, ninguém vai deixar de levantar pela manhã para ir trabalhar porque pode lesionar as costas. Mas todos podemos aprender que antes de levantar pela manhã, na cama mesmo, é possível fazer um rápido alongamento e depois levantar de lado, que é bem menos agressivo para a coluna. Da mesma forma, podemos continuar a andar de carro, mas tendo a máxima atenção na condução, usando cinto de segurança, botando as crianças na cadeirinha e não bebendo antes de dirigir. E por aí vai. São muitas situações da vida diária em que fazemos as coisas sem pensar na prevenção. Lembro que quando me casei, por exemplo, em nenhum momento me preocupei em ver se o local do casamento tinha sistema adequado de prevenção de incêndio. Na cultura da prevenção teria visto isso, pensando na segurança dos convidados, ainda que não fosse minha responsabilidade legal.

   Além dessas situações de risco à vida e integridade física, existem mecanismos de prevenção importantes a serem usados nos mais diversos segmentos da vida. Prevenção de conflitos no trabalho mediante maior abertura para o diálogo. Prevenção dos riscos à saúde com a realização de exames periódicos, boa alimentação e prática regular de exercícios físicos moderados. Prevenção de desintegração da família com maior participação na vida dos filhos. Prevenção à sanidade mental com realização de atividades que confiram sentido à vida. Prevenção ao esgotamento pelo estresse mediante a adoção de práticas de equilíbrio entre vida profissional e pessoal. Prevenção financeira mediante um planejamento dos gastos pessoais adequado à capacidade econômica. Entre outras prevenções que poderiam ser listadas. Esses são apenas alguns exemplos. 

   Meus caros, o que quero dizer com a postagem de hoje é que viver de fato é correr riscos. E não conseguimos realizar nossos sonhos e objetivos sem que isso aconteça. Faz parte da vida. Contudo não podemos desconsiderar a importância de adotar medidas de prevenção quanto aos riscos que vamos ter que correr na vida. Isso é fundamental. Não elimina a possibilidade de dissabores, até porque nem sempre a prevenção pessoal é suficiente. Muitas vezes dependemos de terceiros não tão preocupados com a prevenção, mesmo quando têm responsabilidade legal nesse sentido. De qualquer forma a cultura da prevenção pessoal ajuda bastante a diminuir a probabilidade dos resultados não desejados. E com isso conseguimos equilibrar Sêneca e Drucker, correndo os riscos que precisam ser corridos para viver uma vida plena e evitando os riscos que não precisam ser corridos. Nem sempre a gente vai conseguir. Mas é importante sempre tentar. 

Um abraço,

Emmerson Gazda
www.artedaexcelencia.blogspot.com

Um comentário:

  1. Oi, amigo Emmerson

    "Os navios estão seguros no porto. Mas não foram feitos para isso!".

    Então, antes de navegar devem ter a cautela de fazer uma revisão do casco, das velas, das provisões (alimentos e combustível, se for o caso), bem como ter uma tripulação preparada para e empreitada.

    É, por analogia, o que você escreveu muito bem!

    Abs,

    Márcio

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