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quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Você sabe criticar de forma construtiva?

 Meus caros:
   
   Uma das orientações mais comuns em termos de relações profissionais e pessoais é que as críticas devem sempre ser construtivas. O problema é que essa orientação dificilmente vem acompanhada de dicas sobre como fazer uma crítica construtiva. Em geral o que nos dizem é que não se deve criticar por criticar. Mas isso não basta para chegarmos à crítica construtiva. 

   Por não saber como fazer uma crítica construtiva muitos simplesmente deixam de criticar. Limitam-se a aceitar a segurança de não emitir opinião. Contudo, se com medo de não estarmos sendo construtivos, simplesmente deixamos de apontar os pontos que precisam de melhoria, corremos o sério risco de perder nosso espírito crítico, elemento fundamental em qualquer relação pessoal ou profissional. A falta de espírito crítico leva, com o tempo, a uma posição de indiferença. E da indiferença para a falta de comprometimento e de motivação é um passo rápido. É importante, portanto, conservar o espírito crítico. 

   Mas para não nos tornarmos os “chatos” que estão sempre reclamando e apontando erros é importante saber criticar. Para isso primeiro de tudo devemos encontrar um ponto de equilíbrio entre criticar ou não criticar, conforme a situação. Equilíbrio é o passo inicial para um crítica construtiva. Quer dizer, antes de emitir opinião sobre o acerto ou erro de algo é importante ponderar internamente, consigo mesmo, sobre o que foi feito. Quais foram as virtudes e quais as falhas. Ao pensar no que não deu certo é interessante ter o cuidado de avaliar até que ponto as falhas eram evitáveis. Por fim, ainda nessa fase inicial de reflexão interna, deve-se considerar que, na análise da situação ou fato a ser criticado, é preciso olhar para o passado com os olhos no futuro. Quer dizer, se algo deu errado ou não está bom, a crítica construtiva procura sempre possibilidades de melhoria, para que a partir de medidas no presente, o futuro se torne melhor. Diferente da crítica pela crítica, que apenas se preocupa em dizer que está tudo errado. Ao mesmo tempo a preocupação maior da crítica construtiva não é encontrar culpados ou responsáveis. O que se procura é como resolver o problema. Nesse contexto é que surge a responsabilidade de cada um, cobrada com vistas a que atuem melhor no futuro. 

   Essa visão do objeto a ser criticado como algo a ser melhorado, sem foco nas pessoas e sim no problema, é um dos pontos centrais da crítica construtiva. Quer dizer, a crítica construtiva não é focada em achar culpados e erros. É focada em encontrar soluções para resolver os erros e melhorar o que se fez nas oportunidades futuras. 

   Pois bem, depois de toda essa reflexão inicial podemos concluir que, afinal, o resultado do que foi ou está sendo feito é positivo e não são necessários ajustes para o futuro. Nesse caso a crítica eventualmente perde sua razão de ser. Pode ser o caso, até, de emitir um elogio, no curso do qual podemos inserir sugestões de como deixar as coisas ainda melhor. 

   Contudo, se constatamos que existem pontos de melhoria, então há espaço para uma crítica construtiva. Nesse caso o passo seguinte é emitir a crítica. Esse é um momento delicado, por mais que estejamos focados em ser construtivos. Afinal ninguém gosta de receber uma crítica. Por mais preparada que a pessoa esteja para isso, sempre é algo desconfortável. Então quem vai emitir a crítica, mesmo com o objetivo sincero de apenas ajudar na melhoria do que está sendo feito, deve ter em mente que é preciso ter cautela e sensibilidade ao falar. As palavras são muito facilmente compreendidas de forma errada e isso pode gerar desentendimentos. Por isso uma boa estratégia, ao emitir uma crítica construtiva, é utilizar o modelo semelhante ao do feedback. Já falamos sobre como dar feedback aqui no blog na postagem, razão pela qual não vou voltar ao assunto em detalhes (clique para ler). Mas a regra básica para estabelecer uma boa comunicação aqui é, primeiro de tudo, perguntar se há interesse em receber uma crítica construtiva. Caso positivo, iniciar a crítica ressaltando os pontos positivos do que foi ou está sendo feito. Em geral nada é tão ruim que não tenha pontos positivos. Nem que seja a boa vontade dos executores. Destacados os pontos positivos, a hora é de apontar o que precisa ser melhorado, o que não está sendo bem feito. Aqui o enfoque em olhar para o futuro é importante porque dará a quem recebe a crítica a visão de que a intenção é efetivamente contribuir para um resultado melhor. 

   Por fim, ainda dentro desse momento de emitir a crítica, após indicar o que se entende que poderia ser feito melhor, há um amplo espaço para que se apresentem sugestões de como as coisas poderiam ser feitas. Oferecer ajuda para implementar alguma das sugestões, mesmo que seja apenas quanto à discussão de ideias, é algo interessante para ressaltar a construtividade da crítica.

   Enfim, penso que ao fazermos uma crítica nesses moldes estamos fazendo uma crítica construtiva. Mais que isso: estamos fazendo com que seja compreendido o objetivo de melhoria, o que também é importante. Muitas críticas construtivas e sinceras acabam sem receber o devido valor porque mal compreendidas pelos destinatários. Então ter o cuidado de fazer a crítica de uma maneira cordial pode ser tão importante como perceber a necessidade de melhoria. E não tenho dúvida que uma crítica construtiva feita com cuidado quanto a sua compreensão tem maior potencial de gerar efeitos concretos para o futuro.

   Para encerrar a postagem gostaria de trazer um exemplo interessante de como a questão da crítica é complexa. Certa vez meus pais viajaram com um grupo de coral para uma excursão de fim de ano. Um dos integrantes do grupo foi o responsável por organizar a questão de ônibus, hotel, alimentação e arrecadar os valores necessários para o passeio. Ao final, já no retorno, ele pediu a palavra, agradeceu a todos pela colaboração e disse o seguinte: “críticas à organização do passeio são muito bem vindas; peço, entretanto, para podermos pensar em melhorar para passeios futuros, que as críticas sejam feitas por escrito e com 3 sugestões de como poderia ser feito melhor do que foi feito; e em uma das 3 sugestões quem fizer a crítica deve se prontificar a ajudar na execução”. Resultado: nenhuma crítica foi recebida. 

   Quando meu pai relatou-me essa abordagem inicialmente pensei que era uma boa forma de evitar críticas, já que ao formalizar a necessidade de crítica, pedir sugestões e participação do crítico seria difícil alguém dizer alguma coisa. Contudo, pensando melhor sobre o assunto, concluí que essa é uma forma interessante de pedir críticas construtivas sobre qualquer coisa que se faça. Para quem está na liderança de um projeto pode ser uma boa maneira de fazer com que se reduzam as críticas vazias, fomentando a participação daqueles que tem boas ideias e querem ajudar. Já para quem vai fazer uma crítica é uma guia rápido de como pensar em fazê-la de forma construtiva: (i) refletir previamente; (ii) apresentar sugestões de melhoria; (iii) comprometendo-se em ajudar. 

   Enfim, meus caros, criticar sem consequências é algo fácil de fazer. Já criticar de forma construtiva é uma habilidade a ser desenvolvida. A pessoa que sabe apenas criticar dificilmente gera resultados positivos. A parte boa da crítica se perde nos sentimentos de divergências gerados. Já quem sabe fazer críticas construtivas leva todos ao caminho do comprometimento e da motivação por melhores resultados. Essa pessoa certamente tem grande valor, tanto na vida profissional, quanto nas relações pessoais. 

Um abraço, 

Emmerson Gazda
www.artedaexcelencia.blogspot.com

Um comentário:

  1. Oi, acho que você vai gostar do Programa De Olho no Mundo(www.deolhonomundo.com) de Aline, da Cidade das Pirâmides. Penso que vocês têm muito em comum. Abçs

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