Prezado(a),
Ao deparar-se com o
termo “sustentabilidade”, a primeira imagem que nos vem à mente é a das
questões ambientais. E não é para menos, visto que a sustentabilidade
ambiental é a que mais tem sido trabalhada e divulgada. Ao ponto de, na
Wikipédia, encontramos já na segunda linha os seguintes termos na definição
para sustentabilidade: “Ultimamente este conceito, tornou-se um princípio,
segundo o qual o uso dos recursos
naturais para a satisfação de necessidades presentes não pode comprometer a satisfação
das necessidades das gerações futuras”. Cabe, no entanto, observar que o
conceito é bem mais amplo.
De forma bastante
simples, direta e prática, a própria Wikipédia começa definindo
sustentabilidade como: “habilidade de sustentar ou suportar uma ou mais
condições, exibida por algo ou alguém. É uma característica ou condição de um processo ou de um sistema que permite a sua permanência, em certo
nível, por um determinado prazo.”. Veja que este conceito é suficientemente
amplo para ser aplicado em qualquer situação que formos analisar.
Uma das áreas em que a
sustentabilidade tem aplicação corrente é a empresarial. Ao procurar por
sustentabilidade nas empresas você irá encontrar muita coisa verde, projetos
ecológicos e tudo o que mais se possa esperar de conteúdo sobre a minimização
do impacto negativo das empresas sobre os recursos natuais. E isto faz parte.
Mas para uma empresa ser sustentável não basta “ser verde”. E quais seriam, então, as
demais condições? Somente procurando com um pouco mais de cuidado é que nos
deparamos com os outros dois pilares sem os quais as empresas não se sustentam:
o social e o econômico.
Bem, fico aqui pensando como é que acabamos
deixando a questão social de lado? Lembro-me de já ter ouvido falar muito de “responsabilidade
social”. Mas, parece que esta foi uma onda que já passou e comparado com as
questões ambientais, o lado social da empresa ficou em segundo plano. No entanto, ao
ser levantada a questão, é completamente normal que a aceitemos como de extrema
relevância para a sociedade. Um compromisso das empresas quanto a um
comportamento socialmente responsável se faz indispensável para sua
continuidade. Nesse contexto é natural imaginar que uma empresa com atuação que prejudica a
sociedade possa ter suas operações boicotadas pelos consumidores, entidades
governamentais e não governamentais. Dessa forma, para se manter, é preciso
que se esteja atento às questões sociais. Toda empresa, como uma organização, interaje
com a sociedade. Ela retira das pessoas e fornece. Interaje com as pessoas e as
modifica. O mesmo ocorre com respeito às demais empresas e instituições com as
quais ela tem relacionamento. Sustentabilidade social significa fazer isto de
forma que a satisfação das necessidades presentes não prejudique ou comprometa
a satisfação das necessidades futuras de todos os entes envolvidos.
O terceiro pilar da
sustentabilidade empresarial é o econômico. De forma simples e direta isto
quer dizer que a empresa precisa conseguir pagar as suas contas. Caso
contrário não se sustenta. E por se tratar de uma empresa, com finalidades
lucrativas, precisa gerar lucro em volume suficiente para satisfazer as
expectativas dos investidores. Acredito ser dispensável discorrer muito para
justificar estas necessidades para a continuidade do funcionamento de uma
empresa. O que mais preocupa no que diz respeito à sustentabilidade econômica
é o seguinte: como conseguir isto?
Pois bem, independente do pilar da
sustentabilidade para o qual estivermos
olhando (ambiental, social ou econômica), a forma de conseguir satisfazer as exigências dos demandantes deve ser
moldada no planejamento estratégico da empresa. Na questão econômica, é preciso buscar sempre uma situação privilegiada que é a chamada “vantagem
competitiva”. Isto é o que diferencia uma empresa de seus concorrentes e lhe
permite obter um resultado econômico satisfatório. No entanto, manter uma
“vantagem competitiva” ao longo do tempo é difícil. Quando o negócio é bom, outros procuram entrar no mercado, imitar, fazer melhor, ganhar espaço e abocanhar um
pedaço dos bons resultados. É uma disputa ferrenha. Para que se obtenha bons
resultados de forma contínua, portanto, é preciso mais do que uma “vantagem competitiva”,
é preciso uma “vantagem competitiva sustentável”. E isto exige muita
movimentação.
Quero aqui abrir um
parênteses para as organizações sem fins lucrativos. Elas não são empresas e,
portanto, não precisam dar lucro (nem devem). Igualmente as entidades
governamentais. No entanto, a questão da sustentabilidade econômica continua
existindo na medida em que precisam se enquadrar em seus orçamentos. As formas
de se conseguir fundos e uma adequada gestão dos recursos financeiros se fazem
primordiais para uma sustentabilidade. Vejam-se os diversos exemplos de clubes
sociais e esportivos que se encontram "quebrados", sendo desmantelados e chamados
a responder por passivos financeiros acumulados ao longo dos anos. Salvo por
este detalhe, todas as observações acima são válidas para qualquer organização
em nossa sociedade.
E você? Onde entra nisto
tudo? Os três pilares da sustentabilidade também são válidos para você. Ao montar
sua estratégia pessoal e profissional, lembre-se de avaliar se os
direcionamentos escolhidos são sustentáveis sob o ponto de vista ambiental,
social e econômico. Se você tiver restrições em qualquer um destes, não
conseguirá implementar seu plano com perenidade.
Uma boa semana e abraços,
Emmanuel Gazda
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